Entram em vigor nesta quarta-feira (6) as tarifas de importação de 50% impostas pelos EUA sobre produtos brasileiros.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na quarta-feira (30) um decreto que impĂ”e uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, elevando o total para 50%. A medida, no entanto, prevĂȘ uma longa lista de exceçÔes como suco de laranja, aeronaves civis, petrĂłleo, veĂculos e peças, fertilizantes e produtos energĂ©ticos.
Segundo a Casa Branca, o decreto foi adotado em resposta a açÔes do governo brasileiro que representariam uma âameaça incomum e extraordinĂĄria Ă segurança nacional, Ă polĂtica externa e Ă economia dos EUAâ.
O anĂșncio oficializou o percentual mencionado pelo republicano em carta enviada a Lula neste mĂȘs e afirma que a ordem executiva foi motivada por açÔes que âprejudicam empresas americanas e os direitos de liberdade de expressĂŁo de cidadĂŁos americanosâ, alĂ©m de afetar a polĂtica externa e a economia do paĂs.
A Casa Branca cita âperseguição polĂtica, intimidação, assĂ©dio, censura e processos judiciaisâ contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, classificando essas açÔes como âgraves abusos de direitos humanosâ e um enfraquecimento do Estado de Direito no Brasil.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, Ă© citado no texto como responsĂĄvel por âameaçar, perseguir e intimidar milhares de seus opositores polĂticos, proteger aliados corruptos e suprimir dissidĂȘncias, frequentemente em coordenação com outros membros do STFâ.
âQuando empresas americanas se recusaram a cumprir essas ordens, ele impĂŽs multas substanciais, ordenou a exclusĂŁo dessas empresas do mercado de redes sociais no Brasil, ameaçou seus executivos com processos criminais e, em um caso, congelou os ativos de uma empresa americana no Brasil para forçar o cumprimentoâ, diz o comunicado.
Além disso, a Casa Branca também cita o caso do blogueiro Paulo Figueiredo, residente nos EUA e alvo de processo criminal no Brasil por declaraçÔes feitas em território americano, como exemplo de violação à liberdade de expressão.
âO presidente Trump estĂĄ defendendo empresas americanas contra extorsĂŁo, protegendo cidadĂŁos americanos contra perseguição polĂtica, salvaguardando a liberdade de expressĂŁo americana contra censura e protegendo a economia americana de ser sujeita a decretos arbitrĂĄrios de um juiz estrangeiro tirĂąnicoâ, afirma a Casa Branca.
AlĂ©m das tarifas, o comunicado justifica o bloqueio de vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal, por serem considerados responsĂĄveis por âcensurar a liberdade de expressĂŁo protegida nos EUAâ.
No dia 18, os EUA revogaram os vistos americanos dos ministros Alexandre de Moraes, Luis Roberto Barroso, Edson Fachin, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flavio Dino, CĂĄrmen LĂșcia e Gilmar Mendes.
O procurador-geral da RepĂșblica, Paulo Gonet, tambĂ©m foi sancionado. Ficaram fora da lista os ministros AndrĂ© Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux.
Segundo a Casa Branca, preservar e proteger os direitos de liberdade de expressĂŁo de todos os americanos e defender empresas americanas contra âcensura forçadaâ continuarĂĄ sendo prioridade na estratĂ©gia de polĂtica externa de Trump.
âO presidente Trump ordenou ao secretĂĄrio Rubio que revogasse os vistos pertencentes ao ministro Moraes, seus aliados no Tribunal e seus familiares imediatos por seu papel em permitir as violaçÔes de direitos humanos contra brasileiros e violaçÔes de liberdade de expressĂŁo contra americanosâ, diz o texto.